Kasteel van Gaasbeek, Bélgica (2017), by Sérgio Piçarra Photography |
No mês em que devemos celebrar a
liberdade alcançada na Revolução dos Cravos, somos obrigados a lembrá-la entre
paredes das nossas casas e isto dá-nos que pensar. E faz-me pensar sobretudo
que, apenas há 4 meses atrás, nunca imaginamos o quanto a vida ia alterar. Em
dezembro de 2019, começamos a ouvir falar de um novo vírus (SARS COV-2 ou
Covid19), com origem na cidade chinesa de Wuhan, que provocava sintomas
parecidos aos de uma gripe e que, tal como a gripe mais comum, poderia causar a
morte a pessoas de grupos de risco (idosos, pessoas debilitadas e com problemas
de saúde). Tal como alguns outros vírus já existentes no passado nunca ninguém
achou (eu incluída) que este novo vírus viesse a parar as pessoas, as empresas…e
o mundo! As nossas vidas sofreram alterações drásticas no seu dia-a-dia, tanto
a nível pessoal como a nível de trabalho. Para uma boa parte das pessoas estas
alterações permitiram-lhe colocar em perspetiva o que é realmente importante e
perceber que afinal a vida que levavam, com mais ou menos folga, com mais ou
menos glamour, com mais ou menos
saídas e jantares fora, entre muitas outras coisas, afinal não era tão “má”
quanto podiam julgar.
Na realidade, a minha vida acabou
por não sofrer grandes alterações devido a este vírus que anda por aí à solta.
Desde 2017 que tenho a possibilidade de trabalhar de casa e, ao fim de um ano,
as vezes que vou para o escritório acabam por contar-se pelos dedos. No
entanto, não deixo de sentir que este vírus me tirou a liberdade de poder sair
quando me apetecia. De fazer a minha vida de acordo com a minha disponibilidade
e vontade. Isso é o que sinto mais saudades: a liberdade de decidir se hoje
quero ir dar uma volta até à praia ou ir até ao centro comercial ou
simplesmente ficar sentada na varanda a ler um livro.
Que estes tempos nos permitam
olhar para o que tivemos (sim no passado porque isto vai ser, como já li
algures, a era antes do Covid e era pós Covid) e ter saudades de coisas que
considerávamos como garantidas: o acordar de manhã e toda a azafama de preparar
pequenos-almoços e os almoços do dia (ou decidir almoçar/jantar fora), levar os
miúdos à escola, ir para o trabalho, conduzir, confraternizar com os colegas,
ter reuniões, ir às compras sem horários e sem ter de esperar em filas pela
nossa vez (e porque não podemos estar mais de x pessoas ao mesmo tempo naquele
espaço), passear por onde nos apetecia e um sem número de coisas que fazíamos
quase sem pensar e que sempre demos por garantidas. Mas ao mesmo tempo não
podemos esquecer que estes tempos também nos trouxeram mais tempo em família e mais
conversas (já muitas vezes esquecidas porque não havia tempo), mais refeições
caseiras, novas experiências e muitas outras coisas, tais como o cheiro do pão
quente feito em casa. Afinal eramos felizes e apenas não sabíamos!
#workshopescritaparablogues #workshop #workshoponline #viajecomigo #viajecomigo_susanaribeiro #voualiserfelizjávoltoblog #voualiserfelizjávolto #sérgiopiçarraphotography
Sem comentários:
Enviar um comentário